Wednesday, June 08, 2005

Campanha ambientalista leva Grupo Vicaima a anunciar uma nova política de compras mais responsável

Este foi um comunicado, segundo percebi, da Quercus:


"Um dos maiores compradores portugueses de madeira exótica, o Grupo Vicaima, visado recentemente pelas associações ambientalistas por envolvimento no comércio de madeira proveniente de abate ilegal e destrutivo, anunciou hoje uma nova política de compras de madeira que tem em conta preocupações sociais e ambientais. Em Março deste ano, o Greenpeace e a Quercus visaram a Vicaima porque o Grupo a que esta pertence adquiria madeira de empresas com reconhecido envolvimento no abate ilegal e destrutivo de florestas tropicais.
Agora, o Grupo Vicaima adoptou uma nova política de compras, que obriga a empresa a assegurar que toda a madeira que adquire é proveniente de operações de abate ecológica e socialmente responsáveis e que procuram obter a certificação do Forest Stewardship Council (FSC).

Para implementar esta nova política, a Vicaima associou-se ao Tropical Forest Trust. Em reacção a este anúncio, Luís Galrão, Vice-presidente da Quercus, disse "É uma boa notícia para as florestas tropicais do mundo. Estamos muito satisfeitos por verificar que a Vicaima está finalmente a agir contra o uso de madeiras provenientes do abate ilegal e destrutivo e apelamos às outras empresas portugueses que lhe sigam o exemplo".

Andy Tait, do Greenpeace, disse, "A Vicaima acordou para as suas responsabilidades sociais e ambientais, mas há ainda muito trabalho a fazer em Portugal. O Governo português deve demonstrar todo o seu apoio às acções europeias de combate ao comércio de madeiras ilegais, mas também deve actuar a nível doméstico, assegurando, por exemplo, que qualquer madeira adquirida pelo Estado é proveniente de florestas bem geridas, certificadas pelo FSC. "


4 comments:

Ana said...

O Greenpeace e a Quercus realizaram uma acção de protesto junto à sede do Grupo Vicaima, em Vale de Cambra, a 29 de Março de 2005. A Vicaima era, pelos vistos, uma das empresas importadoras da madeira amazónica fornecida pela DLH, a bordo do navio "Skyman", que atracou em Leixões durante o mês de Março. Entre os fornecedores da madeiracomercializada pela DLH neste carregamento, encontravam-se as empresas Rancho da Cabocla, cujo proprietário foi preso no final de 2004 por roubo de terras, e Milton Schnorr, multada por abate ilegal em 2001, 2002 e 2004. Em Março, as associações divulgaram ainda fotografias de madeiras provenientes das empresas
Rougier e Fipcam, obtidas no parque de madeiras da Vicaima. Estas empresas foram multadas nos Camarões, em 2004, por operações de abate ilegal.

Chiça, nunca pensei que até as empresas portuguesas estavam envolvidas na destruição da floresta amazónica.

Cada vez me irrito mais, será que esta gente não percebe o conceito de "desenvolvimento sustentável", usar hoje e deixar para amanhã, será que não percebem que se a floresta amazónica desaparecer, desaparece o oxigénio que nos sustém? Ou, pior, começa a ser comercializado! Não basta termos de pagar pela água, teremos de pagar pelo ar que respiramos!

Se os ambientalistas são chatos, por alguma razão é. Ao menos eles conseguem ter uma visão ampla de como vai ser o futuro das gerações vindouras se não começarmos a acordar e bem rapidinho...

Bem, não direi que estamos de olhos bem fechados (mmm, isto faz-me lembrar qq coisa, lol), pois é possível ver a implementação da reciclagem, por ex (embora só tenha ainda alguns adeptos e ainda não seja bem feita). Também existe uma política de educação, os mais novos têm todos estes problemas, e as soluções possíveis, nos manuais escolares...

Educar para a Natureza, é a chave.

Ana said...

Sabe sempre bem verificar isso.

E parece que o Bush reconheceu que os problemas ambientais, nomeadamente as alterações climatéricas, são graves e há que lidar com o facto...duh...acordou, finalmente. Pena é que tenha acrescentado que "eu sempre disse isto"...se sempre achasse isso não tinha recusado entrar no Tratado de Quioto...enfim...

Ana said...

Pois, então eu não sei??? A única esperança de os americanos entrarem na Resolução de Quioto é a queda do Bushtupido...

É tão triste, é uma sensação de impotência tão grande saber o que está a acontecer ao planeta, saber que os nossos filhos podem não vir a ter planeta onde viver...e ver o Mundo impávido e sereno, confiante que tudo se resolverá, mas sem mexer uma palha (pelo menos decentemente) para que o Planeta não morra.

A chave tem de estar na Educação. Ensinar os mais novos, mostrar-lhes o que está a acontecer, ensinar-lhes as alternativas viáveis, incutir-lhes o desejo de mudança. Espero eu.

Por enquanto podemos todos fazer um pouco. Coisas como reciclar, poupar água, luz e combustível; evitar compras de madeiras exóticas, usar papel reciclado, ecitar peles e outros produtos derivados de animais em extinção (ou mortos brutalmente)...etecetera..."pode parecer que o que fazemos é apenas uma gota no oceano, mas sem essa gota o oceano seria mais pequeno", já dizia a Madre Teresa de Calcutá (e olhem o que ela conseguiu, no campo dela, a quantidade de pessoas que ela ajudou).

Ana said...

ecitar = evitar

enganei-me, sorry...