O Governo anunciou a criação de um novo imposto, parte integrante do pacote de medidas que visa equilibrar as contas públicas e aproximar a economia nacional dos níveis de prosperidade de países como o Mali, a Gâmbia ou a Jamaica. Trata-se de uma taxa que cada cidadão deverá pagar em função do número de vezes que use as expressões "prontos" e "é assim", duas "muletas" do discurso muito populares e que representam uma percentagem significativa do vocabulário de um número cada vez maior de pessoas.
A medida foi anunciada em conjunto pelo ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, e pela ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima. "É sabido que os portugueses maltratam com frequência a língua de Camões," afirmou Campos e Cunha, "Com este novo imposto, esperamos atingir um objectivo duplo. Por um lado, usar a pobreza verbal dos portugueses para arrecadar uma verba extraordinária. Por outro, incentivar os cidadãos a usar o cérebro para escolher as palavras que usam em vez do intestino grosso." Isabel Pires de Lima concordou com o colega e fez que sim com a cabeça de forma bastante vigorosa.
As críticas não tardaram em se fazer ouvir, tanto de forças políticas à esquerda do PS como de partidos de direita. Para Jerónimo de Sousa do PCP, "é mais um ataque directo à classe trabalhadora, pois é sabido que os trabalhadores costumam ter menos disponibilidade para ler gramáticas e dicionários por passarem tanto tempo a ganhar a vida com o suor do seu rosto." De forma oposta, Nuno Melo do CDS entende que "o Goveno do engenheiro Sócrates parece sentir alguma antipatia pelos portugueses de maiores posses e tenta puni-los com este imposto, sabendo-se que os grandes empresários e os profissionais liberais de rendimentos elevados não têm tempo para ler gramáticas e dicionários por estarem muito ocupados a traçar rumos estratégicos para a economia nacional e a defender valores tradicionais."
No entanto, as críticas não se limitam aos partidos políticos. Em resposta ao anúncio do novo imposto, formou-se um grupo de cidadãos preocupados que considera que taxar a utilização de "prontos" e "é assim" atenta contra liberdades fundamentais dos portugueses relacionadas com a livre escolha do vocabulário. O porta-voz deste movimento cívico é Francisco Mortágua, negociante de tabacos, e promete que não se vão poupar a esforços para mobilizar a sociedade no protesto contra uma medida que consideram injusta. "É assim: as pessoas têm o direito de falar como bem entendam, prontos," explica, "É assim: às vezes, prontos, podem não o fazer da maneira mais correcta mas é assim: devem ter liberdade para isso, prontos."
Minimalismo
7 years ago
14 comments:
Desculpem encher-vos de palavras, mas a este não resisti...
Ah, tirado integralmente de www.inepcia.com
Eheheh
Enquanto não cobrarem imposto sobre palavras como "moss" ou "deb", nós os algarvios estamos descansados...
És algarvio??? Não sabia!! Coool!!! Ou transmutaste-te em algarvio? Mas não gostas de praia...
Moss não costumo dizer, mas deb dizia vezes sem conta, lol. Mas sempre foi mais o almariada, alcagoitas, caroucho, marau, marafada. Especialmente o marafada. Loli.
(Tradução, pra quem não fala algarviês: tonta, amendoins, preto, vagabundo, chateada, por esta ordem).
Lembrei-me de uma a que bem podia cobrar imposto: "tipo"...chiça, não há frase que não leve uns 1001 tipos pla frente, plo meio, no fim, tipo, tipo, tipo...
Ok, ok, eu tenho um odiozito de estimação por esta ilustre palavra. Desde que ouvi "tipo, tipo! tás a ver?!" ... aaaaaaaaaarghhhhhhhhh!
O quê, não sabias que eu era algarvio??? Almariado e marafado sempre usei muito, principalmente na minha infância.
Não sabia, Zepito, mas agora fiquei a saber. Donde, no Algarve???
É que nunca tinha conhecido algarvio que não gostasse de praia!!!
Quanto ao tema do post, prontos, é assim: por acaso uso muito o "é assim" e o "isto é assim". O Prontos já usei mais. De qq maneira, concordo com o Profe Bambo!
Em "tendes" a carta de condução já podes ir ao "stander" comprar um carro.
Vanadis, sou farense, deves ser a única pessoa que não sabe disso...
Xiii, que vergonha. Desculpa, Zepito! Bem, mas ficam a conhecer mais uma faceta minha: ele há coisas que eu sou sempre a última a saber...ás vezes parece que não vivo neste mundo...lolololol.
Ok, não sabia, fiquei a saber. Então somos vizinhos, eu agora sou farense. ;-)
Quanto às calinadas e tropeções no português...lembrei-me de mais umas...
"Eu tenho um amigo meu" (pois se tens, é porque é teu!!!)
"A gente vamos" (a gente VAI!)
E se houvver algum problema chama-se um "encanalizador"...
Lololol!!
Essa do "discojoker"!!!...eu digo "didjei", lolol.
Encanalizador??? Essa nunca tinha ouvido!!
Não tem assim muito a ver (sim "a ver" e não "a haver"), mas lembrei-me de uma expressão que os portugueses gostam muito de utilizar (especialmente qd estão ao vivo na tv): "Isto é uma vergonha!".
Também há o costumeiro "a culpa foi do árbitro" ou "a culpa é deste Governo"... ;-p
E também o "Eles querem é poleiro!"...
isto tb não tem muito a ver, mas...Ganda, mandei-te um pdf sobre o arrastão que houve em Carcavelos, comentado por um dos gajos do Gato Fedorento. Não queres metê-lo aqui em jeito de post??? É que está um must...
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