Monday, June 14, 2004

Afinal, quem é o sexo fraco?...

Como já tivemos um post em honra da supremacia masculina em casa, aqui vai uma visão mais científica (?????) da supremacia feminina na natureza...extracto integral de um artigo da Visão de 25 Mar. 2004 ...

Costela de Eva

Enquanto o homem se torna cada vez mais dispensável, a mulher dominará o mundo, no século XXI. E a biologia dá uma ajudinha, explica o geneticista Steve Jones.


Resistem pior às infecções e ao cancro. Morrem mais de ataque cardíaco. Carregam um cromossoma sexual pequeno e a definhar. São completamente dependentes do outro sexo, para projectarem o seu património genético. Perante todos estes argumentos, apresentados pelo professor de genética do London College, Steve Jones, 59 anos, parece quase milagre que, à face da Terra, ainda haja um único ser do sexo masculino. Socorrendo-se de dados objectivos e rigorosos, como convém a um cientista, o galês que se tornou famoso pelos seus livros de divulgação científica (entre eles, o recém-lançado em Portugal Y, a Descendência do Homem ), apresenta o século XXI como «a era das mulheres»: «Num mundo repleto de profissões em vez de ofícios, os valores machistas tornaram-se motivo de embaraço. Os gestores de hoje preferem a capacidade de adaptação e a intuição à agressividade de antigamente.»

Mas é da biologia que vem o principal abanão na sociedade patriarcal. Esqueça-se uma Eva feita a partir da costela de Adão, afinal tudo começa com a mulher: por defeito, o embrião é menina. Até que entra em acção um gene interruptor, o SRY. Transportado pelo cromossoma Y, o gene altera o curso do desenvolvimento embrionário, transformando o feminino em masculino.

Outras descobertas genéticas ajudam a sustentar a tese de que, afinal, o homem corre atrás da mulher, «dependendo do corpo dela para copiar o seu próprio ADN», afirma à VISÃO o investigador. «O mecanismo para fazer machos evolui muito rapidamente, de forma que o cromossoma Y do homem se tornou muito diferente do do chimpanzé. Evoluem ainda de uma maneira mais célere os genes que estão à superfície do óvulo, aqueles que escolhem o espermatozóide que poderá penetrar e fecundar. O que obriga a célula sexual masculina a correr para acompanhar o ritmo de evolução do óvulo e poder ser a escolhida», continua.


Afinal quem é o sexo fraco?

Os homens morrem em média 5 anos mais cedo do que as mulheres

O suicídio é 3 vezes mais perigoso para os rapazes do que para as raparigas

Eles, em jovens, envolvem-se 2 vezes mais em acidentes violentos

Aos 80 anos, apenas um terço da população é do sexo masculino e a Rainha de Inglaterra envia 9 vezes mais cartões de parabéns a senhoras centenárias do que ao sexo oposto

Existem mais gémeas do que gémeos, já que as meninas resistem melhor à partilha do útero

Só após um mês de vida é que um bebé do sexo masculino atinge a maturidade de uma menina recém-nascida


Vivendo com o inimigo

Depois de condenado a esta condição masculina, o homem enfrenta os seus piores inimigos: os testículos... É nestes órgãos que se produz o verdadeiro símbolo do macho man , a hormona testosterona. Esta molécula, responsável pelas características da masculinidade, como os pêlos na cara ou a voz grossa, é um verdadeiro veneno para quem a carrega. «É fácil verificar que a testosterona é perigosa. Os homens suficientemente loucos para a tomar, os culturistas, apresentam maiores taxas de mortalidade, afinal, por questões muito masculinas. Morrem mais em lutas ou em acidentes. Se se castrar um jovem, a sua esperança de vida aumenta cerca de 13 anos», frisa o geneticista.

O homem persiste encurralado entre o mal e a cura. Sabe-se que, além de outros efeitos, a testosterona suprime o sistema imunitário, daí que o sexo masculino lide de pior maneira com o cancro ou as infecções. Como é que ele sobrevive no meio de todos estes factores adversos? «A escassez torna-se numa vantagem competitiva e as minorias acabam por prevalecer.» Além disso, os principais problemas de saúde que atingem o homem ocorrem depois do período fértil, após ter sido assegurada a reprodução e a passagem dos cromossomas Y à geração seguinte.

Com ar provocatório, Steve Jones assume que o homem pode tornar-se redundante. «Se a clonagem for uma técnica que ajude a ter filhos, fará parte dos métodos reprodutivos aceites por todos e, neste caso, o homem poderá ser dispensado», admite. No entanto, o cientista desdramatiza: «Sou também um crente no poder do desejo. Penso que continuaremos interessados na maneira tradicional de nos reproduzirmos.»



© Copyright VISÃO / Edição nº 577

5 comments:

Ana said...

Um gay gosta do seu próprio sexo...que teria ele a ganhar ao afirmar que o homem é dispensável se a ele lhe faria sempre falta um?...ná, essa de ele ser gay não pega...

Ana said...

Ora, assim não vale...
Tão, faz tu o post sobre o festival que passou despercebido...

ganda said...

ele não pode fazer post porque não quis ser colaborador...

Ana said...

AAAh...tão, passa a ser colaborador!
Bem, já vi que é melhor não atirar para aqui posts tamanho XXXXXL...sorry!

Anonymous said...

Bem, isto por aqui anda animado... Apraz-me ver que sao aqui abordadas questoes tao profundas como a aniquilação dos machos e o dominio completo por parte das mulheres do nosso mundo. NAo tarda nada vêm todos vestidinhos de cor de rosa.

Que lindos que deveriam ficar:-)